A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua primeira projeção para a safra de grãos 2024/25, que aponta um aumento otimista na produção, com expectativa de 322,47 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 8,3% em relação ao ciclo anterior, podendo se tornar o maior da série histórica, com um acréscimo de 24,62 milhões de toneladas. A área cultivada também deve se expandir, alcançando 81,34 milhões de hectares, uma alta de 1,9%.
Entre os destaques da projeção está o significativo aumento na área dedicada ao cultivo de arroz, que deverá crescer 9,9%. As maiores expansões são esperadas nas regiões Centro-Oeste (+33,5%) e Sudeste (+16,9%), com Mato Grosso projetando um aumento de 39,3% na área de plantio, totalizando 133 mil hectares. Caso as previsões se concretizem, a produção nacional de arroz pode atingir 12 milhões de toneladas, nível não alcançado desde a safra 2017/18.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, atribui os resultados positivos ao empenho dos agricultores e ao retorno de políticas públicas voltadas para o setor. “Com esses números, a previsão é de que o Brasil volte ao patamar das maiores safras de arroz da sua história”, afirmou.
Para o milho, a Conab prevê uma produção total de 119,74 milhões de toneladas, um aumento de 3,5%. Entretanto, a primeira safra do cereal deve apresentar uma redução de 1,1% na produção e 5,4% na área cultivada. Apesar disso, o mercado interno permanece aquecido, impulsionado pelo setor de etanol e pela exportação de proteína animal.
Na soja, a projeção é de um crescimento mais modesto, com a área plantada aumentando 2,8%. A produção esperada é de 166,05 milhões de toneladas, mas o plantio enfrenta desafios devido ao atraso das chuvas no Centro-Oeste. As exportações de soja brasileira devem alcançar 105,54 milhões de toneladas, impulsionadas pela alta demanda mundial, especialmente da China.
Entre as culturas de inverno, o trigo foi o mais impactado pelas condições climáticas adversas. A previsão de safra caiu para 8,26 milhões de toneladas, devido à estiagem e geadas no Paraná. Contudo, o cenário é mais favorável no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o que pode equilibrar o mercado.
Com o aumento da oferta de arroz, espera-se uma redução nos preços internos, embora a rentabilidade para os produtores seja mantida. As exportações de arroz devem crescer, podendo chegar a 2 milhões de toneladas, com estoques finais previstos em 840 mil toneladas.
Por outro lado, a menor oferta inicial de milho na América Latina pode impulsionar os preços no mercado internacional, com previsão de exportação do cereal brasileiro em 34 milhões de toneladas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper