O fenômeno da "chuva preta", resultado da mistura de fuligem das queimadas com a chuva, tem gerado preocupação em várias regiões do Brasil. Cidades como Canoinhas e Três Barras, em Santa Catarina, já registraram o evento, e há possibilidade de que estados como São Paulo e Paraná também sejam afetados nos próximos dias. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas atingiram níveis recordes em agosto de 2024, aumentando os poluentes na atmosfera e resultando em precipitações contaminadas.
Diego Freitas, do Conselho Federal de Química, explica que o fenômeno ocorre devido à alta concentração de material particulado gerado pelas queimadas, que, ao se misturar com a água da chuva, transforma a precipitação em uma substância escura e contaminada. "Assim como na chuva ácida, a 'chuva preta' traz riscos ambientais e à saúde, como irritações na pele e nos olhos, problemas respiratórios e até intoxicações graves, caso a água seja ingerida", alerta Freitas.
Ele recomenda evitar o uso dessa água para consumo, banhos e limpeza, priorizando o uso de água tratada. Embora a chuva possa reduzir temporariamente a fumaça nas regiões afetadas, a fuligem continuará a impactar o clima enquanto as queimadas persistirem. Especialistas também alertam para o risco de agravamento das condições ambientais, especialmente em áreas com altos índices de queimadas, como o Centro-Oeste e a Amazônia.
A previsão é de que o fenômeno se espalhe por outras localidades conforme as queimadas continuem, reforçando a necessidade de medidas urgentes para conter os incêndios e mitigar os danos causados à população e ao meio ambiente.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Agrolink
