As instituições financeiras vinculadas ao governo do Rio Grande do Sul consolidaram sua posição como motor da retomada econômica do agronegócio durante a 47ª Expointer, realizada em Esteio. Com mais de R$ 2,3 bilhões em operações fechadas e propostas de financiamento, o Banrisul, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul) responderam por 58% do volume total negociado na feira, superando bancos de abrangência nacional. Esse desempenho histórico reforça a conexão entre as instituições estatais gaúchas e o setor rural, especialmente em um momento de recuperação econômica após desastres naturais.
De acordo com dados divulgados ao final do evento, o Banrisul se destacou ao fechar mais de R$ 1,05 bilhão em negócios, sendo R$ 376,6 milhões destinados ao financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, por meio do Plano Safra Banrisul 2024/2025. A demanda por equipamentos foi uma das mais expressivas da feira, devido à necessidade de modernização do setor produtivo no campo. Além disso, as linhas de crédito voltadas à correção de solos, severamente prejudicados pelas enchentes, somaram R$ 179,1 milhões, enquanto o financiamento para armazenagem atingiu R$ 167,4 milhões, refletindo a necessidade de mitigar o déficit de estocagem no Estado. As linhas de crédito voltadas à inovação para empresas fornecedoras de insumos e equipamentos agrícolas também foram destaque, acumulando R$ 145,5 milhões em negócios.
Segundo Fernando Lemos, presidente do Banrisul, "os nove dias de evento superaram as expectativas em termos de negócios e público, comprovando a capacidade de superação do nosso povo e simbolizando o retorno da força econômica do Rio Grande do Sul". Além disso, houve um aumento da procura por linhas de irrigação, impulsionadas pelo programa Supera Estiagem, que conta com subsídio do governo do Estado. O Crédito Emergencial Banrisul, voltado ao apoio de pequenos e médios produtores afetados pelas enchentes, totalizou R$ 93,1 milhões, oferecendo condições especiais, com descontos de até R$ 50 mil para produtores que tiveram perdas significativas em sua estrutura produtiva.
O BRDE também apresentou um desempenho significativo na Expointer 2024, registrando R$ 647,65 milhões em operações e novos pedidos de financiamento, um aumento de 25% em relação à edição anterior. Grande parte desse montante foi destinada à modernização e ampliação de unidades de produção e armazenagem de grãos, com cooperativas e agroindústrias demandando R$ 251,5 milhões. Os financiamentos para obras e instalações somaram R$ 172 milhões, com foco na reconstrução de estruturas danificadas pelas enchentes. Além disso, o banco registrou R$ 120 milhões em negócios voltados à inovação, destacando-se projetos de modernização tecnológica e de gestão.
Durante a feira, o BRDE firmou contratos utilizando recursos captados por meio das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e parcerias com organismos internacionais de fomento. O banco também celebrou três contratações simbólicas do programa Em Frente RS, que destina recursos subsidiados pelo Tesouro do Estado para apoiar a recuperação de setores afetados pelas enchentes, totalizando R$ 19 milhões em financiamentos até o momento. Ranolfo Vieira Júnior, diretor-presidente do BRDE, destacou que "a 47ª Expointer se mostrou um marco da reconstrução, refletindo a força e a determinação dos gaúchos, tanto no campo quanto nas cidades".
Já o Badesul captou mais de R$ 702 milhões em propostas de financiamento, superando o desempenho da edição anterior. Ao todo, foram apresentados 151 projetos de investimento, com foco em armazenagem, correção de solos, irrigação, modernização de maquinário e desenvolvimento de produtos e serviços. O crédito voltado para fertilização e correção de solos, altamente prejudicados pelas enchentes, somou R$ 97 milhões, um crescimento expressivo em relação ao ano anterior. A demanda por investimentos em armazenagem de grãos somou R$ 107 milhões, um aumento de 102% em comparação ao último ano. A modernização de maquinários também foi destaque, totalizando R$ 149,5 milhões, enquanto os sistemas de irrigação demandaram R$ 38,1 milhões.
Segundo Claudio Gastal, presidente do Badesul, "o crédito para fertilização e correção de solos teve uma demanda expressiva que já esperávamos, reflexo das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. Recebemos pedidos destinados a esse fim que somaram R$ 97 milhões, enquanto no ano anterior a procura foi de R$ 22,8 milhões". O avanço em projetos de armazenagem e correção de solos reflete a urgência de recuperação do setor agropecuário no Estado, que ainda enfrenta os impactos da tragédia climática.
A secretária da Fazenda, Pricilla Santana, destacou que o resultado da Expointer 2024 ressalta a importância da atuação do governo na recuperação da economia, especialmente com o apoio dos bancos públicos, que desempenharam um papel crucial ao oferecer condições especiais para o setor agropecuário. "A proximidade e a confiança do setor agropecuário nas instituições financeiras estaduais foram decisivas para criar um ambiente favorável à retomada produtiva no campo. Neste ano, para agilizar a liberação de crédito, o Tesouro do Estado fez aportes extraordinários aos bancos públicos, o que tem contribuído para a rápida recuperação que estamos presenciando", afirmou Pricilla.
A Expointer 2024, marcada pela resiliência dos produtores diante da tragédia climática que atingiu o Estado, simboliza o esforço conjunto do governo e das instituições financeiras estaduais para impulsionar o agronegócio gaúcho, contribuindo para a recuperação da economia e fortalecendo o desenvolvimento rural no Rio Grande do Sul.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper