A greve dos servidores públicos federais do INSS, que começou no dia 16 de julho, continua ganhando força, com a adesão de 104 gestores das Gerências Executivas do órgão em várias regiões do Brasil. Embora os serviços digitais permaneçam disponíveis, as análises de processos estão paralisadas, afetando a liberação de benefícios.
Jose Campos Ferreira, diretor do Sindsprev-RS, destacou que, embora a questão salarial seja uma preocupação, a reivindicação central dos servidores está relacionada à carreira. “O governo está comprometido a realizar uma reforma administrativa e a fusão de carreiras do Serviço Público Federal, e nós queremos uma definição sobre o que ele pretende fazer com a carreira do seguro social. Entendemos que o INSS e a Previdência Social devem ser vistos como órgãos estratégicos do Estado brasileiro, assim como a carreira dos servidores da previdência”, afirmou Ferreira.
Ele garantiu que a greve continuará até que haja uma definição concreta sobre o futuro da carreira dos servidores do INSS. Ferreira também revelou que a produção do órgão já caiu pela metade e que a falta de análise dos processos tem um impacto significativo na liberação de benefícios.
Daniel Emmanuel, diretor da FENASPS e do SINDISPREV-RS, que participa das negociações no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, sugere que uma solução seria o governo se comprometer a encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional. Esse projeto deveria reconhecer a carreira do seguro social e a política de previdência como essenciais e parte do núcleo estratégico do Estado, incluir atividades de auditoria e combate à fraude nos benefícios como atribuições da carreira, e alterar o critério de ingresso para o cargo de técnico do seguro social para nível superior, condizente com a complexidade do trabalho.
Emmanuel defende que tal medida fortaleceria a previdência social, uma das principais políticas públicas do governo, sem gerar impacto orçamentário.
O impacto da greve já é sentido pelos segurados. O aposentado Jorge Cortez, que foi até a agência do INSS no Centro de Porto Alegre, relatou que, embora não soubesse da greve, foi bem atendido pelos estagiários da agência, conseguindo o extrato que precisava. Contudo, outro cliente observou que atendimentos na agência da Avenida Bento Gonçalves estão sendo reagendados, indicando a crescente dificuldade em acessar os serviços do INSS durante a paralisação.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Correio do Povo