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Importações de soja pela China aumentam 2,9% em julho; Excesso de oferta e baixas margens impactam demanda
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Publicado em 07/08/2024
Em julho de 2024, as importações de soja pela China cresceram 2,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 9,85 milhões de toneladas. No entanto, o volume ficou abaixo das expectativas do mercado, que aguardava entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados pela alfândega chinesa nesta quarta-feira.
 
Esse aumento modesto é atribuído a preços mais baixos e a preocupações sobre uma possível escalada nas tensões comerciais entre Pequim e Washington, especialmente se Donald Trump retornar à presidência dos EUA. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, as importações totalizam 58,33 milhões de toneladas, uma queda de 1,3% em relação ao ano anterior, conforme a Administração Geral de Alfândega da China.
 
O leve declínio nas importações reflete um excesso de oferta de grãos e uma demanda fraca por ração animal no país. A China, maior importadora de soja do mundo, utiliza a oleaginosa principalmente para a produção de farelo de soja, rico em proteínas para a alimentação animal, e óleo vegetal.
 
Desde o final de maio, as margens de esmagamento na China têm sido negativas, com as esmagadoras no principal centro de processamento, Rizhao, registrando perdas superiores a 500 iuanes (69,59 dólares) por tonelada de soja processada. Esse cenário é impulsionado por uma demanda enfraquecida por carne suína e outras proteínas, resultado da recuperação econômica instável e do aperto financeiro dos consumidores chineses.
 
Os futuros da soja na Bolsa de Chicago têm sido negociados próximos dos níveis mais baixos desde outubro de 2020, em meio a previsões de clima favorável para a colheita de soja nos Estados Unidos e preocupações sobre uma possível desaceleração econômica.
 
Nos Estados Unidos, os agricultores dos principais estados produtores, como Iowa, Indiana, Illinois e Ohio, estão esvaziando os silos de soja colhida em 2023 após manter os suprimentos durante o ano, já que a melhora nas condições climáticas reduziu as expectativas de preços mais altos.
 
No Brasil, o maior produtor mundial de soja, a área cultivada para a safra 2024/25 deve crescer a um ritmo mais lento do que em temporadas anteriores, com os preços futuros da soja se aproximando de uma baixa de quatro anos, conforme relatado pelo grupo Aprosoja Brasil.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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