Apesar das tragédias humanas e perdas materiais causadas por eventos climáticos extremos, as autoridades e exploradores do meio ambiente no Brasil continuam sem agir. Pouco tem sido feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, mesmo diante de enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, na Zona da Mata nordestina e no Rio Grande do Sul, além de secas históricas na Amazônia e na Caatinga.
Os eventos climáticos extremos têm se tornado mais frequentes e intensos, antecipando os cenários previstos pelos cientistas. Desde a segunda metade do século 20, a ciência vem alertando sobre os riscos do modelo de produção que explora os recursos naturais de forma desenfreada, impulsionado pelo consumismo e desperdício. No entanto, atitudes individuais e a falta de políticas públicas eficazes têm levado a uma tragédia coletiva.
"A história se repete, a primeira vez como tragédia, e a segunda, como farsa", disse Karl Marx. O Brasil vive essa farsa, com a ausência de entendimento e vontade política para proteger o meio ambiente. A irresponsabilidade econômica e política dos decisores, que desconsideram os riscos às pessoas e infraestruturas, não pode mais prevalecer. Enquanto o tempo político é curto, o impacto das ações de hoje afetará gerações futuras, e a resiliência dos serviços ambientais pode estar em ponto de não retorno. A sociedade e o poder público precisam agir como guardiões contra tragédias climáticas, superando a farsa de regulamentações ineficazes e atitudes negligentes.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper