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Capitão dos Bombeiros se torna réu por desvio de doações a vítimas no RS
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Publicado em 24/07/2024
O juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da Justiça Militar do Paraná, decidiu levar a julgamento o capitão do Corpo de Bombeiros Gustavo Emmanuel Gonçalves Fogaça, acusado de peculato por suposto desvio de doações destinadas às vítimas das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio. A defesa de Fogaça assegura que "tudo será devidamente esclarecido".
 
De acordo com o advogado Bruno Andrade, “o nosso compromisso com a Justiça e a nossa responsabilidade é exclusivamente com a verdade. Por isso, o oficial enfrentará a Justiça com a cabeça erguida, ciente de que trabalharemos com provas”.
 
Na última segunda-feira, 22, o juiz ordenou a citação do capitão e requisitou a ficha disciplinar individual de Fogaça. A ação penal decorre da prisão em flagrante do militar em 30 de maio, em uma distribuidora de bebidas em Curitiba. Na mesma operação, o tio do bombeiro também foi detido e denunciado por receptação e posse irregular de arma de fogo.
 
O Ministério Público paranaense flagrou Fogaça estacionando uma caminhonete em um galpão cedido à Defesa Civil, onde estavam armazenadas as doações para as vítimas das enchentes. O capitão foi visto carregando o veículo com fardos de energético, que posteriormente foram descarregados na distribuidora. No local, foi apreendido um revólver irregular.
 
Durante a audiência de custódia, Fogaça optou por permanecer em silêncio. O juiz anotou que, conforme depoimentos da Polícia, o capitão "já havia praticado o desvio de donativos em outras ocasiões", caracterizando uma “prática reiterada”.
 
Além das acusações atuais, a Promotoria investiga se o capitão tinha acesso a outro galpão de doações em Curitiba e se estaria vendendo parte dos produtos desviados pela internet. O MP relatou que Fogaça se apropriou de diversos itens, incluindo bebidas, roupas, computadores, ferramentas e até mesmo objetos de luxo.
 
Entre os bens apreendidos estão pneus, roupas de marca (Aramis, Burberry, Adidas, Lacoste), mais de 150 peças de roupa infantil, bolsas da Tommy, carteiras da Louis Vuitton, relógios, garrafas de vinho, itens natalinos, tambores, um clarinete, um computador da Apple, uma TV de 47 polegadas, máquina de solda, furadeira, um kit de otorrinolaringologia, maleta com lentes fotográficas e compressores.
 
No início de junho, a Justiça revogou a prisão preventiva de Fogaça, mas o suspendeu de suas funções no Corpo de Bombeiros do Paraná. O capitão está proibido de frequentar o quartel e a sede da Defesa Civil, devendo se apresentar mensalmente ao juízo e evitando contato com outros investigados, incluindo seu tio.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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