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Alfredo Roeber: O Guardião da memória fotográfica de Cruz Alta
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Publicado em 15/07/2024

No último sábado, 13 de julho, o programa "Super Sábado", transmitido pela Rádio Cidade FM 98,3, recebeu um convidado especial: o médico oftalmologista Alfredo Roeber. Em vez de discutir assuntos de sua área médica, Alfredo trouxe à tona uma de suas paixões mais duradouras – a preservação da história de Cruz Alta através da fotografia. Este hobby transformou-se em um verdadeiro projeto de vida, no qual Alfredo se destaca como um dos maiores guardiões da memória fotográfica do município.

Alfredo é conhecido não apenas por sua profissão, mas também por sua dedicação à história local. Durante a entrevista com o jornalista Fernando Kopper, ele compartilhou a origem e o desenvolvimento do projeto "Nossa Velha-Nova Cruz Alta". “Em 2007, um amigo me enviou uma coleção de cerca de 30 fotos antigas de Cruz Alta, datadas principalmente dos anos 1940. Essas imagens despertaram um lado nostálgico e até então desconhecido em mim. Fiquei fascinado com a calmaria e a simplicidade das ruas da cidade naquela época e decidi fotografar os mesmos locais na Cruz Alta contemporânea para comparar as mudanças”, relatou Alfredo.

O entusiasmo de Alfredo pelo projeto rapidamente contagiou seus amigos e, com a ajuda da internet, a ideia se espalhou. “Inicialmente, compartilhei as fotos com cerca de 15 amigos. Em pouco tempo, milhares de internautas, tanto cruz-altenses quanto pessoas de outras localidades, já estavam acompanhando o projeto. Recebi dezenas de mensagens de felicitações e incentivo, o que me motivou a continuar e expandir o projeto”, explicou Alfredo.

Com a crescente popularidade do projeto, Alfredo começou uma busca incansável por mais fotos antigas de Cruz Alta. Ele visitou estabelecimentos públicos e privados, conversou com moradores antigos, pesquisou na internet e em livros, e recebeu inúmeras contribuições de amigos e conhecidos. “Cada nova foto é uma peça importante no quebra-cabeça da nossa história. Recebo frequentemente e-mails de ex-moradores, que agora vivem em outras cidades, estados e até países, agradecendo pela oportunidade de rever paisagens que marcaram suas vidas”, disse ele.

O projeto "Nossa Velha-Nova Cruz Alta" não apenas revive memórias antigas, mas também documenta a evolução da cidade. Alfredo destacou que seu trabalho ajuda a contar a história de Cruz Alta tanto para os atuais moradores quanto para os ex-residentes. “Professores, palestrantes e outros profissionais utilizam meu material em suas aulas e eventos. Eu sempre digo: estejam à vontade para usar as fotos. Não sou o dono da história da cidade; apenas junto as imagens, adiciono uma canção e conto essa história de uma maneira diferente, aproveitando a tecnologia da internet para alcançar milhares de pessoas”, afirmou Alfredo.

O acervo de Alfredo é vasto e impressionante. Ele possui 75 arquivos com mais de 13 mil fotografias, todas disponíveis gratuitamente no site da Unimed Planalto Central RS. “Devido aos frequentes acréscimos de novas informações, substituições de fotos por outras de melhor qualidade e correções de erros, os projetos são atualizados sempre que necessário. No entanto, a estrutura básica permanece inalterada. Convido todos a visitarem o site regularmente e, se necessário, atualizarem seus arquivos”, explicou.

Durante a entrevista, Alfredo também falou sobre suas preferências pessoais. Quando perguntado se tinha algum casarão predileto, ele respondeu prontamente: “Sim, meu casarão predileto infelizmente não existe mais. Pertencia à família Costa e ficava na área central de Cruz Alta. Era uma bela construção, mas foi demolida. Lembro-me vividamente de quando eu e meus amigos explorávamos o local abandonado na nossa juventude. As fotos dessa construção estão incluídas no projeto”, disse Alfredo com um toque de nostalgia.

Alfredo enfatizou a importância da preservação da memória visual. “Sem essas imagens, a memória dos locais e personagens importantes da nossa história jamais seria conhecida pelas gerações subsequentes. A fotografia, desde seu surgimento em 1826 na França, nos permite contar a história com precisão e fidelidade. Cruz Alta não demorou muito a ser fotografada, e temos registros datados do final do século 19”, explicou.

Alfredo Roeber é um verdadeiro exemplo de como a dedicação pessoal pode contribuir para a memória coletiva de uma comunidade. Seu trabalho incansável como pesquisador e guardião da memória fotográfica de Cruz Alta é uma inspiração para todos aqueles que valorizam a história e a cultura local. “Alguém já disse que um povo que esquece seu passado compromete seu presente e, consequentemente, seu futuro. O passado de uma cidade pertence à sua população, e acredito que todo material que estou adquirindo deve ser compartilhado. Quanto mais pessoas tiverem acesso a ele, menor o risco de ser perdido”, concluiu Alfredo.

A entrevista completa e os projetos fotográficos de Alfredo Roeber podem ser acessados no site da Unimed Planalto Central RS, onde ele continua a atualizar e expandir seu acervo, garantindo que a história de Cruz Alta permaneça viva para as futuras gerações.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper

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