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Câncer de Bexiga: Tumor mais comum entre homens matou 19 mil no Brasil de 2019 a 2022
SAÚDE
Publicado em 08/07/2024
O câncer de bexiga, tipo de tumor mais incidente em homens, resultou na morte de aproximadamente 800 mil pessoas no mundo e mais de 19 mil no Brasil entre 2019 e 2022. Dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS) apontam para mais de 110 mil casos de neoplasia maligna da bexiga no mesmo período. O tabagismo é o principal fator de risco para essa doença.
 
Julho é o mês de conscientização sobre o câncer de bexiga, e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aproveita a data para alertar sobre a importância da detecção precoce, quando as chances de cura são maiores. Através de posts, vídeos e lives com especialistas, a SBU informa o público leigo sobre os riscos e sintomas.
 
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) preveem 11.370 novos casos de câncer de bexiga em 2024, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres. Esse câncer é o sétimo mais incidente entre os homens, representando mais de 3% dos cânceres no sexo masculino.
 
“O câncer de bexiga tem como principal fator de risco o tabagismo, relacionado a mais de 50% dos casos. Eliminando esse hábito, conseguimos diminuir significativamente as chances de aparecimento desse tumor”, alerta Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.
 
O motorista Edgar Azevedo dos Santos, de 51 anos, descobriu a doença após sentir dor lombar em 2017. Ele passou por uma cirurgia e sessões de quimioterapia. “Eu nunca imaginaria que teria um câncer. De lá para cá faço acompanhamentos periódicos”, relata.
 
Muitas pessoas desconhecem o câncer de bexiga, seus sintomas e fatores de risco, como ressalta Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU. “Apesar de geralmente causar sangramento na urina, no início é intermitente e não provoca dor, levando as pessoas a retardarem a ida ao médico e agravando o quadro.”
 
O câncer de bexiga pode provocar sangue na urina, maior frequência urinária, ardência ao urinar, urgência para urinar e jato urinário fraco. Pode ser assintomático no início, sendo detectado através de exames de imagem.
“O câncer de bexiga pode ser superficial, limitado ao tecido de revestimento, ou infiltrativo, afetando órgãos próximos”, explica Mauricio Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.
 
Outros fatores de risco incluem exposição a substâncias químicas, alguns medicamentos, gênero, raça, idade avançada e histórico familiar. “O contato com substâncias químicas como defensivos agrícolas e tinturas utilizadas na indústria também pode predispor a essa doença”, afirma Fernando Korkes, supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU.
 
O diagnóstico pode ser feito por exames de urina e de imagem, e o tratamento varia conforme o estágio da doença, podendo incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
 
De 2019 a 2022, foram registrados 19.160 óbitos por neoplasia maligna da bexiga no Brasil, com maior incidência entre homens. Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, destaca a importância de campanhas de conscientização, identificação de grupos de alto risco e acesso a serviços de saúde adequados.

 

“Implementar essas medidas requer colaboração entre profissionais de saúde, governos, instituições de pesquisa, ONGs e a comunidade para reduzir as taxas de mortalidade do câncer de bexiga”, conclui Fernandes.
 
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: CNN
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