Na manhã desta quinta-feira, 27 de junho, a Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), deflagrou a Operação Disclosure. O objetivo é elucidar a participação dos ex-diretores das Lojas Americanas em fraudes contábeis que, conforme Fato Relevante divulgado pela própria empresa, chegam ao montante de R$ 25,3 bilhões. A investigação contou ainda com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na ação desta quinta-feira, cerca de 80 policiais federais cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores das Americanas, localizadas no Rio de Janeiro. Além disso, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores desses ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, que contam com a colaboração da atual diretoria da empresa Americanas, os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimos junto aos bancos.
Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), consistindo em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas que, neste caso, envolviam VPCs inexistentes.
A investigação revelou ainda fortes indícios da prática dos crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como “insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A expressão “disclosure” é amplamente utilizada no mercado financeiro e significa o ato de fornecer informações para todos os interessados na situação de uma companhia, traduzido como o ato de dar transparência à situação econômica da empresa.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper