Durante a cerimônia de posse de Magda Chambriard como presidente da Petrobras nesta quarta-feira, 20/06, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas contundentes às privatizações de grandes empresas brasileiras, mencionando diretamente a Eletrobras e a Vale. Segundo Lula, ambas poderiam estar desempenhando um papel crucial como indutoras da economia nacional ao lado da Petrobras.
A Eletrobras foi privatizada em 2022 durante o governo de Jair Bolsonaro, reduzindo a participação da União para menos de 50%. Já a Vale foi privatizada em 1997 sob a gestão de Fernando Henrique Cardoso, sendo negociada com um consórcio de empresas privadas e fundos de pensão.
"A gente poderia estar melhor. A gente poderia ter aqui do nosso lado a Eletrobras, que era a maior empresa de energia do nosso país. A gente poderia ter do nosso lado a Vale, que foi privatizada e vendida para diferentes fundos. E não tem um dono para você conversar", declarou Lula durante o evento.
Lula também criticou a gestão da Vale em relação às tragédias ambientais ocorridas em Minas Gerais nos últimos anos. Ele destacou a falta de responsabilidade da empresa nos processos de reparação das tragédias de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), que resultaram em perdas humanas e danos ambientais significativos.
O presidente mencionou a necessidade de uma gestão responsável e comprometida com o papel social das grandes empresas. "Uma empresa boa e grande precisa ter alguém responsável para que as coisas possam funcionar corretamente", afirmou Lula, utilizando uma metáfora para ilustrar a falta de responsabilidade na gestão das empresas.
Procurada pela Agência Brasil, a Vale optou por não comentar as declarações do presidente. A mineradora informou que destinou bilhões para ações de reparação e compensação relacionadas às tragédias de Mariana e Brumadinho, destacando esforços para resolver as demandas judiciais e sociais decorrentes desses eventos.
O discurso de Lula reflete a contínua controvérsia em torno das privatizações e da responsabilidade corporativa no Brasil, especialmente em setores estratégicos como energia e mineração, que têm um impacto direto na economia e na sociedade brasileira.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
