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Crise interna marca relações do governo Lula após um ano e meio de mandato
POLITICA
Publicado em 14/06/2024
As tensões dentro do governo Lula continuam a aumentar um ano e meio após o início do mandato. Rui Costa, chefe da Casa Civil, está em conflito constante com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Jaques Wagner, líder do governo no Senado. Apesar de suas divergências, Haddad e Wagner concordam em criticar Costa.
 
O trio, por sua vez, expressa insatisfação com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, que também se queixa dos três colegas. A situação se agrava com Arthur Lira, presidente da Câmara, que escolheu Padilha como "desafeto" e mantém relações distantes com Wagner e Haddad, limitando seus contatos com Costa ao estritamente necessário. Lira também desconfia de Lula devido às relações do presidente com o senador Renan Calheiros, um rival político em Alagoas.
 
Lula consegue se comunicar com todos os membros do governo e tomar decisões em conjunto, mas enfrenta críticas por frequentemente fazer o contrário do que foi acordado. Parlamentares governistas do PT, Psol e Centrão veem Lula como o principal responsável pela crise, acusando-o de falta de habilidade administrativa – uma percepção que contrasta com a imagem de seu governo entre 2003 e 2010.
 
Os parlamentares destacam problemas na economia, saúde, educação e segurança pública, exemplificados pela recente confusão na importação de arroz. O governo entregou o negócio milionário a empresas inadequadas, resultando em uma falha total na importação e distribuição do arroz.
 
Apesar das especulações sobre a resolução dos conflitos entre Rui Costa, Fernando Haddad e Jaques Wagner na próxima semana, quando Lula retornar de viagem ao exterior, não há indícios de mudanças significativas antes das eleições municipais.
A perspectiva do governo para a segunda metade do mandato depende dos resultados eleitorais. A performance dos candidatos de Lula, Guilherme Boulos e Marta Suplicy, à Prefeitura de São Paulo, será crucial para seus planos de reeleição. Em Salvador, o embate entre Jaques Wagner e Rui Costa influenciará a composição da chapa do PT baiano para o Senado e o governo estadual em 2026.
 
Com apenas três meses e meio para o primeiro turno eleitoral, Lula enfrenta o desafio de manter a eficiência do governo, mitigar as confusões no Congresso e evitar erros administrativos.

 

Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Veja
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