As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul causam danos significativos na infraestrutura urbana e na área agrícola, conforme levantamento da Federação das Associações de Municípios do Estado (Famurs), baseado nas informações fornecidas pelas prefeituras ao governo federal.
De acordo com Ismael Horbach, assessor técnico da Famurs na área da agricultura, os dados ainda são preliminares, pois pouco mais de 70 dos 460 municípios gaúchos afetados pelas chuvas enviaram relatórios completos. "Os números são bastante parciais, mas já é possível identificar áreas agrícolas com solo devastado," afirmou Horbach.
As regiões mais atingidas incluem a região Norte, onde a cultura da soja foi prejudicada, e as regiões Sul e Central, que registram grandes perdas na produção de arroz. Além dos danos às plantações, os municípios relatam problemas sérios em estradas vicinais, pontes, bueiros e outras infraestruturas críticas.
A Famurs, junto com entidades como a Fetag e a Ocergs (Organização das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul), está pleiteando apoio do governo federal. As solicitações incluem a liberação imediata de recursos e emendas parlamentares para a aquisição de máquinas rodoviárias, destinadas à reconstrução das áreas atingidas.
Outras medidas urgentes solicitadas incluem:
- Inclusão de famílias rurais em programas de construção e reconstrução de moradias, similar ao “Minha Casa Minha Vida”.
- Prorrogação e anistia de operações de crédito para produtores rurais.
- Linhas de crédito especiais e subsidiadas para retomar a produção agrícola.
- Recursos para capital de giro para agroindústrias e auxílio emergencial para agricultores familiares.
- Cancelamento da Medida Provisória que permite a importação de um milhão de toneladas de arroz, visando valorizar o produto gaúcho.
- Utilização de recursos do programa Mais Leite Saudável para recuperar propriedades leiteiras afetadas.
No programa Progresso Rural, transmitido ontem pela manhã, Ismael Horbach destacou os pedidos direcionados ao governo estadual. Entre as demandas estão a liberação emergencial de recursos para recuperação de estradas vicinais, pontes e bueiros, ampliação do orçamento da Emater para ações em propriedades rurais, e anistia de créditos do Feaper com vencimento previsto para 2024 e 2025. Além disso, é solicitada uma linha de crédito não reembolsável de R$ 2.500 para os atingidos pelas cheias e um aumento do subsídio para irrigação, variando entre 80% e 100%.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
