A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais expressaram indignação em relação às recentes alterações implementadas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e no Proagro Mais, divulgadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na noite anterior. As medidas, anunciadas de maneira repentina, vão de encontro ao discurso do Governo Federal que supostamente busca proporcionar alimentos acessíveis para os brasileiros.

Destaca-se que tais modificações foram aplicadas sem qualquer debate prévio com as entidades que representam a agricultura familiar, as quais há meses vêm dialogando com o governo para fortalecer o Proagro. Vale ressaltar que as medidas foram publicadas semanas antes do Grito da Terra Brasil, evento que ocorrerá em Brasília e que tem como pauta central a produção de alimentos, as mudanças climáticas e, justamente, as políticas públicas do Proagro, essenciais para apoiar os agricultores diante desse contexto desafiador.

Para enfatizar a importância desse programa, dados do Banco Central do Brasil revelam que, somente em 2023, foram realizadas aproximadamente 160.000 contratações do programa pelos agricultores, garantindo a proteção de mais de 2,5 milhões de hectares no Rio Grande do Sul. Dentre as culturas beneficiadas estão trigo, milho, aveia, soja, frutas e hortaliças em geral. O Proagro e o Proagro Mais representam os principais mecanismos de mitigação de riscos escolhidos pelos agricultores para proteger suas lavouras. Além disso, nesses anos de estiagem, esses programas impediram o êxodo de milhares de famílias e fortaleceram a economia dos municípios gaúchos.

O discurso do governo contrasta com suas ações. Um governo que professa o desejo de erradicar a fome por meio da redução dos preços dos alimentos não deveria tomar medidas precipitadas sem antes estabelecer um diálogo com as categorias que serão afetadas.

A Fetag-RS reitera que não aceitará que o Proagro, uma ferramenta tão importante para a agricultura familiar, seja reduzido a nada. É evidente que o objetivo do governo é pressionar os agricultores a buscar seguros privados, o que não atende às necessidades da categoria.

Com informações: Fernando Kopper

Fonte: FETAG-RS