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Brasil se Consolida como Principal Fornecedor de Milho e Soja para a China
20/03/2024 16:54 em AGRO

Dados da alfândega chinesa revelam aumento significativo nas importações brasileiras de grãos nos primeiros meses do ano

Nesta quarta-feira, dados divulgados pela alfândega chinesa confirmaram uma tendência marcante: o Brasil consolidou sua posição como principal fornecedor de milho e soja para a China nos dois primeiros meses do ano, superando os Estados Unidos em ambas as categorias.

O aumento dos suprimentos brasileiros para a China, o maior importador agrícola do mundo, é resultado de uma série de fatores estratégicos e econômicos. Há pouco mais de um ano, Pequim abriu as portas para as exportações brasileiras de milho, numa tentativa de diversificar seus fornecedores e reduzir a dependência dos produtos norte-americanos.

No período de janeiro a fevereiro, a China importou impressionantes 4,1 milhões de toneladas de milho do Brasil, de um total de 6,19 milhões de toneladas que chegaram ao país asiático. Esses números representam um salto impressionante de 178% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, as importações de milho dos EUA diminuíram 67%, para 766.989 toneladas.

A ascensão do Brasil como fornecedor de milho é impulsionada não apenas por uma colheita abundante, mas também por avanços logísticos significativos. A consolidação das rotas de exportação do norte tem aumentado a competitividade da potência sul-americana de grãos. Além disso, o país busca expandir suas exportações de milho, soja e outros produtos por meio do porto de Chancay, no Peru, controlado pela China. Esse movimento reduziria o tempo de trânsito em cerca de duas semanas em comparação com a rota pelo Canal do Panamá, que tem enfrentado atrasos e congestionamentos.

As importações de soja do Brasil pela China também registraram um aumento significativo, alcançando 6,96 milhões de toneladas nos primeiros dois meses de 2024, um aumento de 211% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, as importações dos EUA caíram para 4,96 milhões de toneladas, comparadas às 9,71 milhões de toneladas no mesmo período de 2023.

Com esses números, o Brasil consolida sua posição como o maior exportador mundial de soja, representando uma participação de mercado de 53%, enquanto os EUA ficam com 38%. A forte colheita e os preços competitivos têm impulsionado as exportações brasileiras, enquanto as margens de esmagamento fracas e os feriados do Ano Novo Lunar afetaram as importações totais de soja no período.

Com a colheita de soja no Brasil para o ciclo 2023/24 já em andamento, atingindo 63% da área plantada até a última quinta-feira, segundo a consultoria AgRural, espera-se que a posição do Brasil como líder nas exportações de grãos para a China se fortaleça ainda mais nos próximos meses.

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