A Petrobras divulgou na última quinta-feira, 07/3, seu balanço referente ao ano de 2023, revelando uma significativa queda de 33,8% no lucro líquido em comparação com o ano anterior. Os números apontam um lucro de R$ 124,6 bilhões, frente aos R$ 188,3 bilhões registrados em 2022, que representaram o maior valor da série histórica.

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, atribuiu a redução no lucro a uma queda de 18% no preço internacional do petróleo do tipo "Brent", uma referência crucial nas negociações do setor. No entanto, destacou que, apesar do cenário desafiador, a Petrobras alcançou recordes de produção, aumentou os investimentos, reduziu a dívida financeira e colocou em operação quatro novas plataformas durante seu primeiro ano de gestão.

Essa queda no lucro impactará diretamente na distribuição de dividendos, com uma estimativa de redução de 66% em relação ao ano anterior. Se confirmado, o valor total dos dividendos chegará a R$ 72,4 bilhões, em comparação com os R$ 217 bilhões pagos em 2022. Vale ressaltar que R$ 14,2 bilhões desse montante ainda aguardam aprovação pela Assembleia Geral Ordinária da estatal, agendada para 25 de abril.

Os altos valores distribuídos como dividendos pela Petrobras têm sido alvo de críticas, especialmente por parte do PT, com a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, os chamando de "indecentes". Essa postura foi reforçada há um ano, quando ela propôs uma revisão dos valores e o fim do mecanismo de precificação de combustíveis em vigor, o "PPI" (Preço de Paridade de Importação).

Além dos desafios financeiros, a Petrobras reportou uma redução da dívida financeira em US$ 1,2 bilhão (R$ 5,9 bilhões), atingindo um total de US$ 62,6 bilhões (R$ 309 bilhões), considerado controlado pela empresa. Os investimentos aumentaram em 29%, totalizando US$ 12,7 bilhões (R$ 62,6 bilhões), enquanto a companhia pagou R$ 240 bilhões em tributos à União e outros estados.

Jean Paul Prates concluiu afirmando que este é o primeiro ano de uma jornada que levará a Petrobras a liderar a transição energética no Brasil de forma gradual e consciente, enfatizando a importância de manter a competitividade e gerar valor econômico para as gerações futuras. A produção própria no pré-sal alcançou 2,17 milhões de barris de óleo equivalente, representando 78% da produção total da Petrobras.

Com informações: Fernando Kopper

Fonte: Gazeta do Povo