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REGIÃO NORTE ENFRENTARÁ VERÃO COM CHUVAS ATÉ 85% ACIMA DA MÉDIA
12/12/2023 08:45 em AGRO

Após um mês de novembro com recorde de chuvas e dias com temperatura acima dos 30ºC, o norte do RS deve seguir com precipitações acima da média durante o verão. De 21 de dezembro a 21 de março, a região pode enfrentar impactos principalmente na agricultura, com chuvas e umidade do solo sendo obstáculo na plantação e desenvolvimento das lavouras.

A mudança no clima em relação aos últimos três anos tem a ver com o fenômeno climático El Niño, que se estende por todo o verão, com maior intensidade nos meses de dezembro e janeiro, quando as chuvas devem chegar até 85% acima da média.

A previsão, segundo o Climatempo, é de uma estação com tempo mais abafado e seco, além de temperaturas e chuvas acima do normal. Mantendo a sequência de meses chuvosos, o verão começa em 21 de dezembro e já deve dobrar a média de chuva do último mês de 2023 em Passo Fundo, que costuma esperar um acumulado de 162 milímetros nessa época do ano. Em janeiro, a previsão é de chuva 70% acima da média, de 173mm.

Janeiro será distinto dos meses anteriores, com menos avanço de frentes frias. Teremos diversos fluxos de ar quente e pancadas e chuva provocadas por alta umidade, características típicas de verão, o que torna o mês menos problemático em relação aos anteriores, mas ainda preocupante — disse o meteorologista Vinicius Lucyrio.

Em fevereiro, a chuva ainda fica acima da média, mas de menor intensidade se comparada aos meses anteriores. A temperatura, por outro lado, deve conferir o maior desconforto térmico, sendo o mês mais quente e abafado do verão, o que atrai condições para pancadas de chuvas e temporais.

 

A estação chega ao fim em marçocom novo aumento de chuvas. A estimativa é que a média seja 30% acima dos 137mm esperados para o período por conta da proximidade do outono e frequência mais alta de frentes frias. Veja a previsão para o verão no norte gaúcho a seguir: 

PREVISÃO DO VERÃO NO NORTE DO ESTADO

Climatempo estima os desvios previstos na quantidade de chuva e temperatura, comparando com as médias dos anos anteriores:

Consequências 

O excesso de chuva e calor acima da média deve causar efeitos no campo e na cidade. Na agricultura, o temor é a perda financeira por conta do alto custo para manter a saúde das plantas frente às consequências causadas pela umidade do solo. Os altos volumes de chuvas atrasaram o plantio das culturas de verão e seguem atrapalhando o cultivo e desenvolvimento das lavouras. A umidade do solo dificulta a entrada das máquinas nas plantações, e causa pragas e doenças nas plantas.

Conforme acompanhamento da Emater de Passo Fundo, os produtores de soja ainda não completaram a plantação do grão, estando a região com apenas 70% da área total implantada, o que deve prejudicar o final do ciclo dessas lavouras. A previsão de novos volumes expressivos assusta os agricultores, como explica o gerente regional da Emater-RS, Dartanhã Luiz Vecchi.

— A água em excesso aumenta a pressão de doenças e pragas, fazendo com que os produtores aumentem as aplicações de tratamentos preventivos e também curativos. Por consequência, aumenta o custo de produção para essas culturas, o que interfere no ganho que os produtores estimavam ter em relação a um ano de chuvas dentro da normalidade. 

Estimativas da safra 2023-2024

  • Soja: 647,8 mil hectares
  • Milho grão: 73 mil hectares
  • Milho silagem: 34,2 mil hectares 

Nos últimos três anos, a Região Norte foi uma das mais castigadas do RS por conta da estiagem. Ao contrário do vivenciado agora, a incidência do La Niña trazia falta de chuva, deixando o solo seco e quente. No último ano, Passo Fundo chegou a passar 10 meses sem chuvas consideradas acima da média. Ou seja, o pouco de precipitação que se tinha não dava conta de irrigar as plantações nem de encher os rios e reservatórios. Agora, com o fenômeno El Niño, o cenário será de excesso de chuva.

Agricultor teme perder ao menos 20% da safra 

 

Tentando driblar as chuvas para manter a saúde da plantação, o produtor rural Célio Roberto Remonatto já estima perder ao menos 20% das safras de verão. Em propriedade da família com 80 hectares na Comunidade Caravajos, no interior de Santo Expedito do Sul, a soja teve atraso no plantio, restando ainda 30% para ser finalizado.

— A chuvarada fez com que estendêssemos o plantio, pois há buracos no solo. Mas, nas partes onde não tem atrapalhado ela está germinando bem, esperamos conseguir colher uns 80% do total plantado — estima o agricultor. 

A instabilidade também atrapalhou as primeiras áreas plantadas, causando perda na plantação por conta da umidade. O medo, agora, é a incidência de pragas e doenças, e a quebra de média esperada de plantio, por conta de áreas por onde a água criou buracos na lavoura, levando os adubos depositados.

— Estamos tentando nos virar. Tivemos perda, mas ainda não sabemos seu potencial. Esperamos colher 80% de um ano normal, chovendo bem e sem sustos. Assim pode ser que tenhamos uma safra boa, porque comparado aos anos de estiagem, ela ainda vai ser melhor — finaliza o agricultor.

Quanto à incidência de pragas e doenças, a Emater recomenda que os produtores sigam as orientações agronômicas para as culturas e períodos específicos conforme o cronograma de tratamentos fitossanitários. O foco é em manter o nível de sanidade nas culturas, para que as plantas tenham um bom desenvolvimento.

 

Ainda conforme o gerente regional, os agricultores podem procurar os escritórios da Emater para repasse das informações quanto a escolha de manejo adequado das lavouras.

Santa Bárbara do Sul

Na tarde deste domingo, 10 de dezembro, lavouras com plantações de soja na localidade de Porongos, interior de Santa Bárbara do Sul, Noroeste do Estado, foram afetada por fortes ventos e chuva de granizo. 

Conforme informações, o granizou caiu por volta das 15h30.

 

 

 

Fonte: GZH | Portal Assinck

 
Rádio Cidade/Jornal TC
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