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Endividamento das famílias brasileiras se mantém em 77,4% em setembro, indicando estabilidade
12/10/2023 17:55 em NOTICIAS

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias endividadas no país permaneceu em 77,4% em setembro, o mesmo resultado observado em agosto. Esse número representa o menor volume de endividados desde junho de 2022, indicando uma tendência de estabilidade.

A pesquisa revelou que o número de famílias com dívidas em cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, entre outros, se manteve inalterado. No entanto, uma análise por faixas de renda apontou um aumento de 0,3 ponto percentual de endividados entre as famílias de menor renda, aquelas que recebem até três salários mínimos, em comparação a setembro de 2022.

A CNC destacou que essas famílias, agora beneficiadas pelo programa Desenrola do governo federal, enfrentam “desafios persistentes nesse segmento”. O endividamento em si não é visto como um problema, a menos que esteja ligado à inadimplência, que também apresenta crescimento, atingindo 38,6% dos consumidores dessa faixa de renda.

A pesquisa ainda mostrou que 18,3% desses consumidores afirmam não ter condições de quitar suas dívidas do mês anterior, marcando o maior percentual da série histórica deste indicador.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, ressaltou a importância da estabilidade geral no endividamento das famílias para a construção de um cenário econômico favorável. No entanto, expressou preocupação com o aumento do índice nas faixas de renda mais baixa e a tendência de aumento da inadimplência nessas famílias.

Tadros também mencionou a necessidade de lidar com os altos juros do cartão de crédito, que permanecem como um desafio significativo para o comércio e os serviços. A CNC ressaltou que 90% do varejo depende das compras parceladas sem juros no cartão de crédito, evidenciando a inclusão de pessoas de renda média e baixa no mercado de consumo.

A pesquisa revelou que 86,2% dos endividados têm contas a pagar com o cartão de crédito, ainda sendo a modalidade predominante. Os juros do rotativo do cartão atingiram a média de 445,7% ao ano, representando a maior alta entre todas as modalidades de dívida.

Fonte: Agência Brasil

 
 
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