O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno, prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta terça-feira, em Brasília, referente aos eventos do dia 8 de janeiro. Durante seu depoimento, Heleno negou ter conhecimento sobre a minuta de golpe encontrada pela Polícia Federal (PF) na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Além disso, o general afirmou que não visitou os acampamentos instalados em frente ao Comando Geral do Exército após as eleições, mas os descreveu como “ordeiros e pacíficos”. Segundo ele, acreditava-se que as atividades realizadas nos acampamentos eram extremamente pacíficas e não representavam uma ameaça à segurança institucional.

Sobre as supostas reuniões com chefes das Forças Armadas para discutir um golpe de Estado, relatadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, em sua delação premiada à PF, o general negou qualquer participação. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, ressaltou que do acampamento surgiram planos para atos de vandalismo, incluindo a ideia de montar uma bomba para atingir um caminhão de combustíveis no aeroporto de Brasília, além de incidentes de vandalismo na Praça dos Três Poderes.

Augusto Heleno também rejeitou qualquer envolvimento nos atos de vandalismo ocorridos em dezembro nos arredores da sede da PF em Brasília, por indivíduos associados ao acampamento de bolsonaristas. Ele afirmou ter tomado conhecimento desses eventos pela televisão e negou qualquer participação do GSI ou sua própria na orquestração desses atos.

A relatora da CPMI apresentou um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) indicando possíveis riscos de vandalismo por parte dos acampados em Brasília. O general Heleno, no entanto, alegou não ter conhecimento desse relatório específico e destacou que documentos desse tipo frequentemente tratam de possibilidades que podem ou não se concretizar.

O depoimento de Augusto Heleno continua na tarde desta terça-feira como parte da investigação da CPMI sobre os eventos ocorridos em 8 de janeiro.

Fonte: Correio do Povo