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Ganhos de produtividade levam agricultura a novo recorde, com 322,8 milhões de toneladas de grãos
06/09/2023 13:21 em AGRO

O Brasil está celebrando um marco histórico na produção de grãos, graças a notáveis avanços na produtividade agrícola durante a safra 2022-2023. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quarta-feira seu 12º levantamento, revelando números impressionantes. O país colheu um total de 322,8 milhões de toneladas de grãos, marcando um aumento substancial de 18,4% em relação à safra anterior, que totalizou 272,6 milhões de toneladas.

Exceto pelo Rio Grande do Sul, que enfrentou estiagens e ciclones, a agricultura brasileira foi abençoada com condições climáticas favoráveis. A área plantada atingiu a marca de 78,5 milhões de hectares em todo o país, com um impressionante aumento de 12,4% na produtividade média, saltando de 3.656 kg/ha para 4.111 kg/ha.

Dentre os destaques dessa safra, a soja recuperou sua produtividade nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Mesmo o Rio Grande do Sul, que enfrentou um clima seco durante o desenvolvimento da oleaginosa, registrou um desempenho notável. Fabiano Vasconcellos, gerente de acompanhamento de safras da Conab, observou que, nesta temporada, os efeitos do La Niña afetaram principalmente o estado gaúcho, mas em menor intensidade do que no ciclo anterior. A produção de soja no país na safra 2022/23 atingiu um novo patamar, estimada em 154,6 milhões de toneladas, um aumento impressionante de 23,2%. A produtividade cresceu 15,9%, atingindo 3.508 kg/ha, e a área de cultivo aumentou em 6,2%, totalizando 44,07 milhões de hectares.

O milho também teve um desempenho excepcional, registrando a maior colheita da série histórica em todas as três safras. A produção estimada alcançou 131,9 milhões de toneladas, representando um aumento de 18,7 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior. Na primeira safra, 27,4 milhões de toneladas foram colhidas, com um aumento de 12% na produtividade, que saltou para 6.160 kg/ha, e um crescimento de 9,4% na produção. Na segunda safra, a produção deve chegar a 102,2 milhões de toneladas, com destaque para o Mato Grosso. O aumento na produção é de 18,9%, com uma produtividade 13,3% maior (5.947 kg/ha) e uma área 5% maior (17,1 milhões de hectares). Segundo a Conab, já foram colhidos 89% da área semeada. Para a terceira safra, a expectativa é uma produção de 2,33 milhões de toneladas.

No entanto, os cenários para o arroz e o feijão são distintos, com redução na área de plantio. Na lavoura de arroz, a melhora na produtividade não conseguiu compensar a diminuição na área plantada, que caiu 8,95% para 1,47 milhão de hectares. Como resultado, a cultura teve uma queda na produção de 6,9%, chegando a 10 milhões de toneladas. A produtividade, no entanto, avançou 1,7%, passando de 6.666 kg/ha para 6.781 kg/ha na safra 2022-2023. No caso do feijão, o bom desempenho das lavouras assegurou uma colheita total de 3,04 milhões de toneladas, um aumento de 1,7% em relação à safra anterior.

Nas culturas de inverno, a Conab confirmou um crescimento de 11,8% na área cultivada de trigo em todo o país, atingindo 3,45 milhões de hectares. A estimativa de produção é de 10,82 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior. No entanto, a produtividade estimada deve sofrer uma queda de 8,3%, atingindo 3.135 kg/ha. O Rio Grande do Sul lidera em área de plantio, com 1,48 milhão de hectares. A cultura continua sendo acompanhada de perto pela Conab, com a colheita iniciando recentemente no Paraná e as lavouras em fase de desenvolvimento no RS, o segundo maior produtor nacional, com colheita prevista para os meses de novembro e dezembro. O fator climático, incluindo o fenômeno El Niño e suas precipitações, é uma preocupação constante, com o potencial de afetar a qualidade do trigo.

A Conab destaca que o desempenho impressionante da safra coloca o Brasil como o principal exportador de soja e milho na safra 2022/23. Estima-se que o volume exportado de soja alcance 96,95 milhões de toneladas, enquanto as exportações de milho devem ultrapassar as dos Estados Unidos, com uma estimativa em torno de 50 milhões de toneladas. O cenário positivo se estende também para o farelo e o óleo de soja, com exportações estimadas em 21,82 milhões de toneladas e 2,6 milhões de toneladas, respectivamente. Este recorde é um testemunho do sucesso e da resiliência do setor agrícola brasileiro em meio aos desafios climáticos e econômicos.

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Fonte: Correio do Povo

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