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ECONOMIA l Refinarias privadas apresentam sete reajustes consecutivos em combustíveis, aumento médio supera valores da Petrobras
23/08/2023 15:06 em NOTICIAS

Nos últimos 39 dias, as refinarias privadas vêm aplicando uma sequência de sete reajustes consecutivos nos preços dos combustíveis, resultando em uma diferença considerável em relação aos valores praticados pela Petrobras (PETR4). A média de aumento do litro da gasolina comercializada pelas refinarias privadas é de 11,7% a mais do que a da estatal, equivalente a um acréscimo de R$ 0,34. De maneira semelhante, o diesel S-10 apresenta um aumento médio de 9,8% em relação aos preços da Petrobras, o que representa um acréscimo de cerca de R$ 0,37 por litro.

Essa análise é proveniente do Observatório Social do Petróleo (OSP), que evidencia um padrão de reajustes frequentes nas refinarias privadas nas últimas seis semanas, compreendendo o período entre 13 de julho e 19 de agosto.

A exceção a essa tendência é a 3R Petroleum, administradora da Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC) no Rio Grande do Norte, que reduziu os preços da gasolina na semana anterior, porém os aumentou novamente na semana seguinte.

Destacando-se entre essas refinarias, a Acelen, responsável pela Refinaria de Mataripe na Bahia, apresenta o maior aumento acumulado na gasolina, totalizando 25,6%, equivalente a um acréscimo de R$ 0,66 por litro. A Ream, no Amazonas, aplicou um reajuste de 24,9%, resultando em um acréscimo de R$ 0,67 por litro. A 3R Petroleum registrou um aumento de 23,2% na gasolina, representando um incremento de R$ 0,61 por litro.

No que se refere ao diesel S-10, a Ream lidera com um aumento de 32,9%, acarretando um adicional de R$ 1,06 por litro. A Acelen segue de perto com um reajuste de 32,2%, correspondendo a R$ 0,99 por litro de diesel. A 3R Petroleum, por sua vez, não produz o diesel S-10.

Apesar do fim do PPI (preço de paridade de importação), o Diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro PA/AM/MA/AP, Bruno Terribas, ressalta que mais medidas são necessárias para garantir preços justos ao consumidor final. Ele destaca a importância de reintegrar a Petrobras ao setor de distribuição, além de investimentos e reestatização das refinarias.

Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), enfatiza que a Petrobras, sendo uma empresa estatal integrada, consegue oferecer combustíveis a preços mais acessíveis do que as refinarias privadas, tendo em vista não somente o lucro, mas também a influência nos índices de preços e no custo de vida da população.

O cenário atual implica em reflexos diretos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já que a gasolina e o diesel exercem impacto significativo em diversos itens da cesta de bens e serviços calculados pelo IBGE. A presença de uma estatal com preços competitivos, como a Petrobras, contribui para índices inflacionários menores e, por conseguinte, mantém o poder de compra da população e limita o aumento dos gastos públicos.

 

Fonte: Info Money

Jornal Tribuna/Rádio Cidade

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