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Positividade de testes de covid-19 subiu de 4% para 13%, diz UFRJ
19/08/2023 09:58 em SAÚDE

Na sequência da recomendação emitida na última quarta-feira (16) sobre o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados e de aglomeração, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nova nota nesta sexta-feira (18) para elucidar os fundamentos por trás dessa decisão. A UFRJ salienta que a recomendação não implica a adoção de medidas de isolamento ou a suspensão de atividades presenciais, mas visa destacar a importância de medidas protetivas simples no cotidiano, que têm sido essenciais ao longo dos anos da pandemia.

No primeiro comunicado, a universidade havia indicado que havia identificado um aumento moderado e gradual nos diagnósticos de covid-19 em seu próprio centro de testagem, o Centro de Triagem e Diagnóstico do Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (CTD/Needier). A nota divulgada nesta sexta-feira oferece detalhes adicionais, revelando que a taxa de positividade dos testes de covid-19 subiu de 4% para 13%, mesmo em um contexto de baixa procura pelos testes.

A UFRJ aponta para um crescimento significativo no número de casos positivos diagnosticados no centro nas últimas semanas, evidenciando um aumento percentual superior a 200%. “Constatamos um crescimento de casos positivos diagnosticados no centro nas últimas semanas: 4% no período de 17/05/2023 a 16/06/2023 (4 positivos em 110 testados); 7% no período de 17/06/2023 a 16/07/2023 (5 positivos em 72 testados) e 13% de 17/07/2023 a 16/08/2023 (11 positivos em 86 testados)”, informa a universidade.

Diante desse cenário, o Needier/UFRJ justifica que esse aumento despertou preocupações e a necessidade de alertar e reconsiderar a adoção de medidas protetivas, especialmente para as populações mais vulneráveis. A UFRJ também ressalta que, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado o fim da “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional”, a covid-19 continua a representar uma ameaça à saúde pública, ainda demonstrando características de uma pandemia.

Além disso, a UFRJ observa que, seguindo tendências recentes, a detecção de novas variantes no Brasil é uma questão de tempo, considerando a mobilidade global das pessoas e a circulação de novas linhagens da cepa Ômicron, como a nova subvariante EG.5, já detectada em 51 países.

Essa variante já provocou pelo menos um caso confirmado no Brasil. O Ministério da Saúde informou que uma mulher de 71 anos, já recuperada da covid-19, foi infectada pela EG.5 e apresentou os primeiros sintomas em 30 de julho.

Enquanto isso, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro também identificou um aumento na positividade dos testes de covid-19. A taxa de positividade dos exames RT-PCR saltou de 2% na última semana de julho para 20% entre os dias 6 e 12 de agosto. Apesar disso, a secretaria salienta que não há uma tendência de aumento nas solicitações de leitos e nos atendimentos nas emergências e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede estadual.

Diante dessa situação, a secretaria optou por ampliar a testagem de covid-19 nas UPAs e nas emergências da rede estadual. No entanto, ela enfatiza que o cenário atual não justifica medidas restritivas e recomenda à população manter seu esquema vacinal contra a covid-19 atualizado.

Por outro lado, a Prefeitura do Rio de Janeiro manifestou discordância em relação ao retorno do uso de máscaras nesse momento. O prefeito, Eduardo Paes, expressou sua oposição às medidas em suas redes sociais, acrescentando: “esperamos que não inventem o ensino à distância!”

O Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, também avaliou que não é o momento adequado para a adoção das máscaras. “Não há neste momento nenhuma alteração no cenário epidemiológico que justifique o uso indiscriminado de máscara, a recomendação é que todos os maiores de 12 anos realizem a dose de reforço para covid-19 com a vacina bivalente”.

Um dia após a recomendação da UFRJ em relação às máscaras, a Sociedade Brasileira de Infectologia também veio a público afirmar que não há necessidade de mudar as recomendações vigentes para a prevenção da covid-19. “Não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil no momento”.

A sociedade médica ressalta a importância de completar o esquema vacinal com doses de reforço e considera que é preciso aumentar a vigilância genômica do SARS-CoV-2, realizada por meio do sequenciamento de amostras coletadas em testes RT-PCR, para monitorar a circulação de variantes no país.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através do Boletim Infogripe, descreveu que o cenário atual é de queda ou estabilização de casos positivos de síndrome respiratória aguda grave causada pelo Sars-CoV-2 (covid-19). Para o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, é essencial que os estados mantenham fluxos de coleta e envio de amostras para manter a capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no território nacional.

“A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para covid-19. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente contra as formas graves da doença”, afirma Gomes.

Com informações: Clic Espumoso

Fonte: Agência Brasil

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