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Operação da Polícia Civil desarticula célula criminosa que comercializava agrotóxicos proibidos em 4 cidades do RS
23/06/2023 14:57 em AGRO

Nesta sexta-feira (23/6), a Polícia Civil, em colaboração com a Brigada Militar e a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, deflagrou a Operação Hades 2 visando desarticular uma célula criminosa que estava envolvida na comercialização de agrotóxicos proibidos no Brasil. A ação resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Lucena, Porto Xavier, Santa Rosa e Santo Ângelo.

Durante a operação, quatro pessoas foram presas e diversas evidências foram apreendidas, incluindo galões do agrotóxico Paraquat, 21 cabeças de gado ilegais e vinhos estrangeiros. A investigação, que já durava seis meses, foi conduzida pela Draco de São Luiz Gonzaga e pelo Departamento de Polícia do Interior (DPI) da Polícia Civil.

Segundo as informações apuradas, a célula criminosa tinha sua base principal na cidade de Porto Lucena e utilizava outras localidades estratégicas próximas à fronteira com a Argentina para a distribuição e venda dos agrotóxicos ilegais. O grupo era composto por quatro principais vendedores, que atuavam diretamente junto a produtores rurais do Estado. Além disso, havia pelo menos três fornecedores responsáveis pela logística de armazenamento e ocultação dos produtos, utilizando pontos estratégicos na zona rural de Porto Lucena. As investigações revelaram ainda que uma ilha no rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, também era utilizada pelo grupo para esse fim.

Durante os últimos meses, a célula criminosa movimentou mais de R$ 500 mil em contas bancárias próprias e de “laranjas”, incluindo familiares próximos dos envolvidos. O Delegado Heleno Santos, da Draco São Luiz Gonzaga, destacou que evidências coletadas indicam que um dos líderes do esquema é um vereador em um dos municípios alvos das buscas. Áudios obtidos sugerem que o vereador realizava a venda dos agrotóxicos proibidos inclusive durante sessões legislativas. Ele foi preso em flagrante transportando 500 litros do agrotóxico Paraquat, avaliados em mais de R$ 50 mil. O vereador enfrentará acusações de venda e transporte ilegal de agrotóxicos, associação criminosa e outros crimes. Uma cópia da investigação será encaminhada ao Ministério Público e à Câmara Municipal para análise de possível violação do decoro parlamentar.

A Operação Hades 2 mobilizou mais de 90 policiais civis e militares, além de 13 fiscais, que atuaram com o apoio de 38 viaturas e duas embarcações. Essa ação é uma continuação da Operação Hades 1, realizada no final de 2022, e está inserida na Operação Hórus da Polícia Civil, que conta com diversas fases em andamento.

Todo o trabalho é coordenado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência e pela Coordenação-Geral de Fronteiras e Amazônia do Ministério da Justiça e Segurança Pública, juntamente com a Secretaria da Segurança Pública do RS, por meio da Chefia da Polícia Civil, do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e do Departamento de Planejamento e Integração da SSP/RS.

O agrotóxico Paraquat, proibido no Brasil devido à sua alta toxicidade, foi utilizado pela célula criminosa. Embora tenha sido amplamente utilizado na agricultura desde os anos 1960, estudos revelaram sua associação com doenças degenerativas e alta toxicidade, levando à proibição em muitos países, incluindo o Brasil a partir de 2017. Atualmente, o Paraquat contrabandeado, geralmente originado da China ou da Índia, entra no país através das fronteiras com a Argentina e o Uruguai. Além de ser um produto ilegal, sua comercialização causa prejuízos às empresas nacionais devido à concorrência desleal e à evasão fiscal.

Durante a operação, quatro pessoas foram presas e diversas evidências foram apreendidas, incluindo galões do agrotóxico Paraquat, 21 cabeças de gado ilegais e vinhos estrangeiros

Com informações: Fernando Kopper

Fonte: Polícia Civil

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