A virada no tempo na região Norte do Rio Grande do Sul está levando muitos produtores de trigo a anteciparem o plantio de suas culturas. Com a previsão de chuva e a possibilidade de ocorrência de geada em setembro, os agricultores estão tomando medidas para evitar problemas futuros.

Em algumas propriedades localizadas em Passo Fundo, o plantio começou até uma semana antes do previsto, visando escapar dos problemas que surgem ao plantar sob chuva. O ciclo médio do trigo é de 85 dias, e a ocorrência de uma geada em setembro poderia prejudicar a cultura.

O receio dos agricultores em relação às temperaturas mais altas é compreensível, pois elas aceleram o processo até o espigamento, mas a possibilidade de geada em setembro pode resultar em prejuízo certo. O cerealista Mario Klein ressaltou a preocupação dos produtores com essa questão.

Comparando os dados de plantio de trigo em 11 de junho de 2022 e 11 de junho de 2023, observa-se um aumento significativo. Enquanto apenas 7% da área de trigo havia sido plantada na região em 2022, em 2023 essa porcentagem já subiu para 14%, representando o dobro da quantidade plantada, indicando a aceleração dos produtores.

Além das preocupações com o tempo, os debatedores também levantaram a possibilidade do fenômeno El Niño em 2023 e como isso poderia afetar as produções. Diante dessas incertezas, os produtores precisam atualizar suas previsões semanalmente. Se houver um excesso de chuvas durante o cultivo do trigo, podem surgir doenças que prejudicarão o cereal, afetando sua comercialização.

Nesses casos, não é viável armazenar o trigo úmido, o que obriga os produtores a buscar alternativas. Aqueles que receberem trigo, que teve um bom desempenho na última safra, precisam considerar o momento certo de colher, pois a qualidade do produto pode diminuir drasticamente, e os moinhos não aceitarão. Uma opção restante para o produtor é transformar o trigo em ração, algo que já é feito com o milho.

Diante desse cenário de previsão de tempo fechado e riscos para a produção de trigo, os produtores estão agindo de forma estratégica, antecipando o plantio para evitar problemas futuros e buscando soluções alternativas para o manejo da cultura.

Em algumas propriedades localizadas em Passo Fundo, o plantio começou até uma semana antes do previsto, visando escapar dos problemas que surgem ao plantar sob chuva

Com informações: Fernando Kopper

Fonte: Rádio Uirapuru