Responsável por elaborar a denúncia do crime, a promotora Michele Dumke Kufner narrou que foi até a casa de Alexandra assim que soube do sumiço do garoto, para prestar solidariedade.
— Se tivéssemos alguma dúvida da responsabilidade da Alexandra, pela morte do filho dela, não viríamos aqui pedir a condenação — afirmou.
A promotora relatou que foi até a casa de Alexandra em 21 de maio daquele ano, para prestar solidariedade. Neste mesmo dia, a mãe teria mandado mensagens para Rodrigo pedindo informações sobre o filho e também enviado mensagens ao então namorado, tentando imputar responsabilidade a um dos irmãos.
— Naquele mesmo dia, eu estive na casa dela. Eu passei pelo corredor onde ela arrastou o corpo do filho dela. Eu sentei no sofá e fiquei mais de uma hora conversando com ela. Naquele momento, ela era uma mãe procurando o filho. Eu queria ouvir dela, o que tinha acontecido, ela era uma mãe sem filho — disse.
Defesa
Por outro lado, a defesa insistiu em atacar o pai de Rafael, Rodrigo Winques. Severo afirmou que comprovaria que o agricultor não estava na Serra, como afirmou desde o início. Neste momento, exibiu uma foto do quarto de Rodrigo e logo depois uma selfie, com data de 14 de maio, na qual ele aparecia com outra parede de fundo – na imagem não é possível identificar o local. Ainda assim, o criminalista sustentou que isso indica que ele não estava no quarto dele em Bento Gonçalves.
—Ele, infelizmente matou o menino. O que eu peço é a absolvição da Alexandra por todos os crimes imputados a ela. (…) O que vocês vão perder se absolver, ainda mais uma inocente? Num processo onde a dúvida se impõe. A defesa mostrou claramente que o Rodrigo estava em outro ambiente, diferente do que ele afirmava. (…) Pensem nisso, eu consigo condenar a Alexandra em cima disso? Não, eu preciso de robustez processual para mandar alguém praticamente para a morte — afirmou.
Por fim, voltou a sustentar que não havia motivação para o crime, e pediu que a ré se aproximasse do filho mais velho, Anderson, que acompanha o júri.
— A Alexandra era uma boa mãe. Vamos fazer Justiça, vamos absolver essa moça. Uma mãe não mata o filho.
Resumo do júri
- Na segunda-feira (16), foram sorteados os nomes dos sete jurados. Na sequência, passaram as ser ouvidas as testemunhas. Foram ouvidos uma professora de Rafael, e logo depois os dois delegados envolvidos na investigação.
- No dia seguinte, foram realizadas as sete oitivas das testemunhas que restavam. Restavam oito para serem ouvidas no dia, mas uma policial foi dispensada.
- O terceiro dia iniciou com o interrogatório de Alexandra. Na sequência, começaram os debates entre acusação e defesa. Na noite desta quarta-feira, jurados se reuniram para decidir desfecho e sentença foi lida.
Fonte: GZH