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Grupo é acusado de desviar dinheiro destinado a servidores públicos mortos do RS
20/12/2022 16:19 em POLÍCIA

Um grupo responde na Justiça pelo desvio de R$ 2 milhões da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). O dinheiro seria destinado ao pagamento de licenças-prêmio a servidores públicos que morreram sem utilizar o benefício.

Após uma operação policial em setembro de 2021, cinco pessoas foram acusadas por associação criminosa e peculato. Os réus tiveram suas contas bancárias e bens bloqueados pela Justiça, mas respondem ao processo em liberdade.

De acordo com o delegado Max Ritter, as famílias têm cinco anos para pedir o dinheiro.

Um dos acusados de envolvimento diz que foi “picado pelo mosquito da ganância”. A fraude foi descoberta por uma servidora da Sefaz. A pasta diz que o controle da concessão de licenças foi aprimorado. Veja detalhes abaixo.

 

Ostentação

 

Para ter acesso aos pagamentos, o grupo forjava sentenças judiciais e procurações. Daniel Alves Pereira, um dos réus, se passava por un advogado autorizado pela filha de um servidor público morto a fim de receber R$ 30 mil. Nas redes sociais, o acuso exibia uma rotina de ostentação, com praia, espumante importado, piscina na cobertura e passeios de barco. Daniel Alves Pereira não quis se manifestar.

A filha do servidor que teve o nome usado se diz revoltada com o desvio dos valores. “Parecia que era uma mentira. A gente ouve isso às vezes na TV, parece que nunca acontece com a gente. O quanto a gente tá perto desse tipo de coisa, é vulnerável a isso. Eu me assustei”, diz ela, que prefere não ser identificada.

 

‘Mosquito da ganância’

 

Demitido após o escândalo, o empresário Silvio Andrades de Lima leva uma vida tranquila. Ele, que trabalhava como terceirizado na Sefaz, foi apontado pela polícia como chefe do grupo.

Com o dinheiro desviado, segundo a polícia, ele comprou uma moto e até um bar que recebia jogadores de futebol. Dono de uma pizzaria no Centro de Porto Alegre, ele diz que se envolveu com pessoas erradas e que não sabe o destino do dinheiro.

 

“Infezlimente, fui picado pelo mosquito da ganância”, afirma Silvio.

 

Conforme o inquérito, Silvio foi responsável por uma procuração falsa em nome da filha de uma funcionária que tinha direito a R$ 16 mil, mas morreu. A filha da vítima soube pela reportagem da RBS TV que o dinheiro da mãe tinha sido desviado. “Eles tiveram uma facilidade muito grande pra ter todos esses documentos”, lamenta Taís Regina de Moura.

Descoberta

 

A fraude foi descoberta depois que uma diretora da Secretaria da Fazenda desconfiou de um pedido de saque de licença-prêmio. Quando aconteceram os desvios, já tinha vencido o prazo para as famílias pediram as indenizações.

Segundo Juliana Debaquer, subsecretária adjunta institucional do Tesouro do Estado, o controle das licenças foi aprimorado, com a automação do sistema financeiro.

“Tem hoje um chefe que entra no sistema, analisa a documentação e dá a confirmação para o pagamento. Então, todo o controle, tanto de folha quanto da parte financeira, ele foi melhorado. Hoje seria impossível alguém conseguir fazer a mesma coisa”, fala.

Fonte: G1-RS – Giovani Grizotti, RBS TV

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