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Analistas do mercado reduzem para 5,74% a previsão da inflação no Brasil neste ano
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Publicado em 04/10/2022

Os economistas do mercado financeiro reduziram de 5,88% para 5,74% a estimativa de inflação para este ano. Foi a 14ª queda seguida da estimativa para a inflação de 2022. A informação consta do relatório “Focus”, divulgado nessa segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC). Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada.

Além da queda na estimativa da inflação, os economistas também projetam uma alta maior do PIB e estabilidade da taxa de juros até o fim de 2022.

Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento.

A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central vê chance grande de estouro da meta em 2022, assim como aconteceu no ano passado.

Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos.

Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 ficou estável em 5%.

ICMS

A nova redução da estimativa de inflação em 2022 coincide com o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Esses produtos por si só já impactam a inflação. Além disso, influenciam indiretamente os preços de outros itens.

Por exemplo, se o preço do diesel aumenta, o transporte de um determinado produto fica mais caro. O dono da loja que revende esse produto, então, repassa o aumento para o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo mesmo item. A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso.

Além da redução de tributos, a forte desaceleração do nível de atividade mundial também tem contribuído para a queda da inflação ao impactar para baixo os preços das “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo e alimentos).

PIB

O mercado financeiro também passou a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. O novo aumento acontece após a divulgação do resultado do segundo trimestre, com alta de 1,2%.

A previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 2,70% em 2022, contra os 2,67% previstos anteriormente. Já para 2023, a previsão de crescimento avançou de 0,50% para 0,53%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Ao sancionar a lei que prevê as diretrizes do orçamento de 2023, o governo informou que a previsão é o PIB crescer 2,5% no ano que vem.

Juros

O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano no fim de 2022.

Atualmente, o índice já está neste patamar. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.

Já para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic permaneceu em 11,25% ao ano. Com isso, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.

Outras estimativas

Veja a seguir outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

— Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20. Para 2023, continuou inalterada também em R$ 5,20.

— Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção recuou de US$ 62 bilhões para US$ 61,50 bilhões de resultado positivo em 2022. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado ficou estável em cerca de US$ 60 bilhões de superávit.

— Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano avançou de US$ 61 bilhões para US$ 65 bilhões. Para 2023, a estimativa permaneceu inalterada em US$ 65 bilhões de ingresso.

Foto:EBC

TAGS: EM FOCO
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