De acordo com o delegado Éderson Bilhan, responsável pela investigação, o suspeito é responsável por um esquema de fornecimento de água por poços artesianos clandestinos. Quem não pagava, era ameaçado.
“São 8 mil crimes. Cada cobrança de taxa de água, por exemplo, é um crime. O esquema teria movimentado R$ 2 milhões desde 2015, quando ele foi eleito [síndico] pela primeira vez”, explica o delegado Bilhan.
O condomínio é composto por 300 apartamentos dispostos em 16 blocos. A estimativa da polícia é que residam mais de 600 pessoas no local.
A investigação indica, ainda, que o suspeito teria contratado uma empresa que pertence à sua mulher para prestar o serviço de zeladoria do condomínio. Ele mantinha o escritório particular da empresa na guarita do residencial.
A polícia diz ter confirmado, ainda, que ele falsificava assinaturas de moradores durante as eleições para se manter no cargo.
Além da prisão, a Justiça decretou o bloqueio de bens do suspeito e determinou buscas em cinco endereços. O condomínio vizinho também está sob investigação.
O suspeito deve responder pelos crimes de apropriação indevida, extorsão e ameaça.
O que diz o síndico
Carro da empresa do síndico, contratada para fazer a zeladoria do condomínio — Foto: Róger Ruffato/RBS TV
Para a Polícia Civil, o síndico disse que criou o sistema de fornecimento de água com poços artesianos porque “muitos moradores deixaram de pagar a água na pandemia e a Corsan [Companhia Riograndense de Saneamento] suspendeu o fornecimento”. Assim, não teriam como pagar.
Sobre contratar a própria empresa de zeladoria, o síndico disse que a decisão foi aprovada em assembleia do condomínio e que não haveria irregularidades.