Além das ações do mês de julho, os monitoresestariam obrigados a cobrir o intervalo diário dos professores em horário compreendido entre 11h30min e 13h30min. Ainda no documento, um dos monitores relatou problemas de saúde devido ao excesso de trabalho e ao assédio moral sofrido nas escolas. “Eu, como ser humano, tive a minha dignidade humana ferida e a minha integridade física e mental abalada, por tudo que aconteceu. Estou com dificuldade para dormir, não consigo me alimentar direito e estou lidando com muita ansiedade. Terei que buscar ajuda médica e psicológica”. Em Santo Ângelo existem 21 espaços educacionais infantis, as populares creches, que segundo o movimento de monitores atendem aproximadamente 2.500 crianças, com um total de 87 monitores. Esse número estaria sobrecarregando, além dos profissionais, a estrutura dos educandários.
Outra denúncia é sobre a falta de profissionais para o atendimento de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com informações dos monitores, são 55 alunos que necessitam desse atendimento especial em Santo Ângelo. “Esses 87 profissionais precisam atender toda a demanda de crianças da rede infantil, mais as 55 crianças com Transtorno do Espectro Autista, e ainda precisam cobrir férias e intervalos dos professores, o que por Lei não poderia, e fere a resolução de 02 de 19 de Maio de 2022 do Conselho Municipal de Educação. Uma imensa sobrecarga”, explicou um dos integrantes. Procurado pela reportagem, o secretário municipal de Educação, Valdemir Roepke, popular Nanaco, afirmou que “nenhum profissional está sobrecarregado”, negando as acusações.
Ainda completou dizendo que as creches estão com vagas disponíveis e que os pais que necessitarem do serviço devem procurar a pasta, localizada na Av. Sagrada Família, 1448. Já o Promotor de Justiça, Dr. Márcio Rogério de Oliveira Bressan, em contato com a reportagem, declarou que a investigação está em andamento. O Ministério Público enviou um pedido de informação e aguarda esclarecimentos por parte da Secretaria Municipal de Educação.
Fonte: João Frandoloso | Grupo Sepé
Jornal Tribuna/Rádio Cidade 98.3 FM Cruz Alta/RS