O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) divulgou que o número de motoristas flagrados dirigindo em rodovias estaduais com velocidade acima da permitida pela legislação aumentou 70% no primeiro trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado.
O número de mortes aumentou 21% no mesmo período. Só neste ano, foram 74 mortes. O número também aumentou de 2020 para 2021: 11%. Em 2020, foram 1.464 casos. Em 2021, 1.624.
O movimento nas rodovias durante os finais de semana gera alertas, pois, segundo o CRBM, a maioria das mortes acontece entre sexta e domingo."No sábado e no domingo, as rodovias não têm tráfego como nos dias de semana.
Então, o que acaba acontecendo: os condutores, por terem uma pista mais livre, acabam cometendo excesso de velocidade. Começam a fazer ultrapassagens imprudentes, em locais proibidos, e a causa principal dos acidentes é imprudência", explica o major Cristiano Moraes, chefe de operações do CRBM.
O balanço das infrações registradas no primeiro trimestre deste ano nas rodovias federais ainda não foi concluído pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar disso, baseado nas estatísticas do ano passado, a PRF também afirma que os finais de semana são os períodos que mais preocupam. O motivo é a mudança no perfil dos motoristas."No lugar daquele que utiliza a rodovia de segunda a sexta para deslocar para o trabalho, que tem experiência no trânsito, aparece grande quantidade de motoristas sem experiência. Além disso, grande quantidade também na madrugada de sexta para sábado, sábado para domingo e durante a tarde de domingo", conta o chefe da comunicação da PRF, Felipe Barth.
Infrações causam mortesO excesso de velocidade levou ao acidente que matou Andriéli Moraes, 15 anos, filha de Douglas e Rosângela, em um acidente na Freeway em 2019.
"Foi muito rápido, foi questão de segundos, [o motorista o carro] vinha em uma velocidade muito grande. Bateu na moto onde estavam eu e a minha esposa. Minha esposa provavelmente voou para cima e eu fui arremessado para o canteiro central. Ele acabou desviando para a pista da direita e acabou atingindo a moto em que estava o William e a minha filha. Aí, a pancada neles foi tão forte que acabou a moto ficou dentro do capô do carro, prensada", conta Douglas Moraes.
Moraes e a esposa sofreram diversas fraturas. O amigo que estava com a filha deles na outra motocicleta também. Andriéli não resistiu aos ferimentos e morreu.
O motorista responsável pelo acidente não só estava dirigindo acima da velocidade permitida pela via como estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada por já ter sido flagrado embriagado.
"A minha filha não vai voltar. Alta velocidade, embriaguez, falta de cuidado no trânsito. Enquanto eles [os infratores] não tiveram uma punição para isso, nada vai mudar. Porque eles fazem, não são punidos e daqui uma semana estão fazendo tudo de novo. Porque não tem punição para isso. Tanto é que o motorista estava com a CNH cassada desde 2015 por embriaguez", diz Rosângela, mãe da Andriéli.
A PRF afirma que está reforçando a fiscalização nas rodovias para evitar que acidentes assim voltem a acontecer.
"Durante a pandemia, ocorreram restrições e até proibições de grandes eventos. As operações contra a alcoolemia também reduziram. Agora, com a volta desses eventos, principalmente onde há utilização de álcool, voltam as fiscalizações específicas, inclusive em conjunto com outros órgãos, como Brigada Militar, Polícia Civil e órgãos municipais", conta Barth, da PRF.
Número de acidentes com morte aumentou 21% no mesmo período.
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