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Rio Grande é a cidade do interior do RS com mais casos de mortes violentas no 1º bimestre de 2022
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Publicado em 18/03/2022

O município de Rio Grande, na Zona Sul do estado, começou 2022 com o maior índice de mortes violentas entre cidades do interior gaúcho. A alta de homicídios e latrocínios contraria a redução vista em boa parte do estado, conforme dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública na última terça (15).

Em 2021Rio Grande teve sete casos de assassinatos em janeiro e fevereiroNeste ano, no mesmo período, são 17 homicídios e um latrocínio.

As autoridades de segurança reconhecem a situação, observando piora nos números principalmente após dezembro de 2021, atribuindo os óbitos à guerra entre facções criminosas.

 
Vítimas de crimes violentos letais e intencionais no RS
Além disso, ocorreram outras duas ocorrências de crimes violentos letais e intencionais (CVLI), que englobam homicídio doloso de trânsito, aborto, induzimento/auxilio ao suicídio, infanticídio, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, lesão corporal seguida de morte, feminicídio consumado, homicídio doloso e latrocínio.Segundo lugar em crimes violentos letais e intencionais, Rio Grande tem apenas a 10ª maior população do estado, com quase 212,9 mil habitantes.

 

Estopim

 

 

A diretora da 7ª Delegacia de Polícia Regional observa que um homicídio no final do ano passado desencadeou disputas entre grupos criminosos na cidade. O "estopim", segundo a delegada Lígia Marques Furlanetto, foi um falso plano de fuga armado por um preso para prejudicar rivais na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).

 

 

"No dia 24 de novembro de 2021, houve um homicídio que acabou se tornando um marco dos outros homicídios que aconteceram. Revelou uma guerra entre facções de tráfico", analisa.Um perfil feito pela polícia mostra que cerca de 90% das vítimas e dos autores tinham antecedentes criminais. Relacionando os assassinatos ao tráfico de drogas, a Polícia Civil efetuou 31 prisões no período. Na visão da delegada, os criminosos usaram o aumento dos homicídios para resolver disputas internas.

"Eles se aproveitam dessa onda de homicídios para cobrar dívidas antigas. Também se verificou que, nesse meio, houve mortes que não tinham nenhuma relação com o tráfico de drogas, como um motoboy vítima de homicídio por um grupo criminoso", explica Fulanetto.Diante disso, a Brigada Militar também implementou ações ostensivas de combate ao crime, ressalta o major Marcelo Nunes Ferreira, comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM).

 

"Desde então, a gente começou a botar ações buscando um enfrentamento, a diminuição desses indicadores", aponta.

 

Entre essas ações, está uma força-tarefa, a Operação Lagunar, instaurada em janeiro, com o apoio de 100 policiais. No período, o 5º Batalhão de Choque, sediado em Pelotas, foi transferido para Rio Grande.

Segundo o comandante, foram apreendidas 99 armas de fogo em 2022, além da realização de 126 flagrantes por tráfico de drogas, com 40 kg de entorpecentes recolhidos, e da prisão de 41 foragidos.O secretário da Segurança de Rio Grande, Anderson Castro, afirma que a cidade trabalha na integração com os órgãos de segurança, em um gabinete de gestão, e em projetos para reduzir a criminalidade.

"Estamos fechando parcerias com o governo do estado para receber cinco câmeras de leitura de placas de veículos furtados e roubados, já instalamos a nova central de videomonitoramento, estamos desenvolvendo um projeto de Cultura da Paz, com ações voltadas aos jovens, crianças e as famílias", lista.

Outra proposta é armar a guarda municipal, adequando a legislação em paralelo com um convênio junto à Polícia Federal.

 

Por g1 RS

 
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