O que a polícia descobriu
De acordo com os delegados Laurence de Moraes Teixeira e Débora Dias, responsáveis pela investigação, uma empresa foi constituída, mediante o uso de um “laranja”, para prestar serviços de internet ao município. A real proprietária, no entanto, era uma servidora em cargo comissionado lotada no setor de informática. Os serviços seriam prestados pelo menos desde 2016.
“As investigações apontam que a empresa foi constituída dessa forma para burlar vedações previstas na lei de licitações, buscando favorecê-la mediante dispensas indevidas de licitações e também uma fraude à licitação ocorrida no final de 2020, bem como a manutenção do poder político por parte dos investigados vinculados à sigla partidária”, explica o delegado Teixeira.
A polícia também descobriu irregularidades na aquisição e instalação de torres de transmissão pelo município, uso de máquinas públicas para instalação dos equipamentos e abertura de estradas, desvio de energia elétrica e apropriação ilegal de computadores. Tudo teria sido feito com autorização da prefeitura para beneficiar a empresa.
Há provas, ainda, de que um ex-secretário teria solicitado internet de graça por um ano em troca disso, e de que um dos ex-prefeitos teria autorizado a utilização de uma ambulância da Secretaria Municipal de Saúde para trazer equipamentos da empresa para Agudo a partir de Porto Alegre.
Entre o final de 2020 e o começo de 2021, uma testemunha teria sido ameaçada por parte dos suspeitos. Um ataque hacker foi registrado e a suspeita é de que ele ocorreu como forma de represália a outra empresa prestadora de serviços de internet, já que os empresários investigados acreditavam que seria ela a responsável pelas denúncias que levaram à investigação da polícia.
Fonte: G1